segunda-feira, fevereiro 01, 2010

Pergunto a mim mesmo ainda que seja tarde, qual é o melhor caminho, pergunto aos meus Santos, ás minhas fotografias e estátuas de deuses antigos, qual é o propósito, qual é o significado e a vida passa-me e evoluo, o tempo esse passa rápido, tão rápido que saboreio unicamente um vislumbre e de vez em quando ninguém sabe quem sou, de onde vim ou o quanto amei, o quanto perdi, todos são tão novos conhecidos, será que evoluo mesmo? Pergunto-me, continuo com aquelas mesmas dúvidas, continuo com alguns dos mesmos medos, será que vale a pena tudo o que penso e sinto? Já não sei mais o que pensar, preciso de um caminho novo, uma estrada segura sem pedras que me leve a um destino seguro, preciso de ser acompanhado pelos seres cósmicos, preciso de ser de novo eu mesmo. Preciso de sentir essa mudança em mim, senão prefiro deixar-me levar pela mortalidade vulgar. Peço a Deus uma solução, invoco os mantras antigos para me levarem até ao meu crepúsculo, peço-lhes que me guiem para não ter medo, permito-me a mim mesmo sonhar, porque estou tão cansado de cair.

terça-feira, janeiro 26, 2010

Para mim,

Para mim que por vezes não sei cuidar, encaro o espelho que teima em ver-me envelhecer aos poucos, para mim que estás ai desse lado e que por vezes não vês a distinção entre o real e o irreal, para mim é esta mensagem de mim, a vida são as cores que nela pintamos, o azul do mar e o brilho ofuscante do Sol, porque eu sei que um dia poderei esquecer-me do que fui e do que sou agora, esta é uma carta selada para mim, porque talvez em tempo algum eu ouse lê-la, ou talvez a leia em silêncio para sacrificar o que perdi, quem sabe o tempo não a queima.
Para mim, este homem menino com ar inocente, liberta-te, dá um sabor à vida, anda e corre nesta estrada, não tenhas medo de sofrer, faz parte amigo, caminha, cai e levanta-te, ama cada dia que te passa! Pôe amor em tudo o que vês e sentes, sê real, verdadeiro. Para mim... esta carta que se auto-define como a besta que me eleva o sonho, apresenta-se de cor suave nas minhas mãos ainda com cheiro a jasmim, faz-me procurar o sonho... faz-me sentir vivo.

quarta-feira, outubro 11, 2006

Aos meus amigos,


Queria agradecer-vos por todos os momentos em que estivemos juntos, preciso de preservar essas recordações para que possamos estar juntos para sempre, há que nutrir o nosso caminho com estes momentos, que eles façam sempre parte das nossas vidas, para que um dia se tivermos de nos separar fisicamente deste mundo, que perdurem estas memórias eternas de amizade, carinho e amor.
Quero-vos a todos num local onde possamos estar em felicidade constante e divina.
Não sei porque escrevo estas palavras, mas por vezes quando alguém que conheço e marcou a minha vida sai deste mundo, fico nostálgico, é o caso, e penso que muitas pessoas queriam dizer-lhe algo. Comecei a pensar se um dia eu saísse daqui, não teria uma forma de expressar o que senti por todos vós, é esta a minha forma, o meu manifesto de amor por todos, como passamos pouco tempo neste mundo, não quero deixar de dizer o que sinto.
Aos meus companheiros de treino, amigos de longa data, tivemos momentos únicos nas nossas vidas, rimos e chorámos em vitórias e derrotas, erguemos taças e medalhas no ar, aprendemos juntos o que nos uniu, esforço, dedicação e muitos momentos de amizade, alguns deles nunca mais se voltarão a repetir.
Não posso ignorar os meus sentimentos por todos os meus amigos, quaisquer que sejam, deixam-nos todos eles marcas únicas nas nossas vidas, diria que são como a areia que fica na praia, as ondas do mar comparo-os com os anos que vão passando, as pequenas experiências que nos fazem aprender, por vezes vem uma onda maior e nos deita abaixo, mas os amigos a verdadeira areia da nossa vida, essa está sempre lá para nos acompanhar, para fazer frente ás ondas quando precisamos.
Quero dizer-vos a todos que são a minha areia, os que estão mais próximos de mim são as minhas rochas que eu procuro quando estou sozinho, quando me sinto triste ou feliz. Amo-os a todos, os meus amigos…

Guilherme, Gui, Guilhas, Filipe, Bicas

segunda-feira, setembro 11, 2006


Filipe desejo que a tua vida.
Brilhe de alegria de tal modo ilimitada que todos dela possam participar.

Vicência


Há pessoas das quais é tão difícil esquecer um olhar, a voz ou um simples sorriso, e quando elas deixam de estar presentes fisicamente nas nossas vidas, é-nos difícil preencher esse espaço que se tornou vazio.
È verdade que quando vamos embora todo o mundo físico onde passámos, as vidas que conhecemos e os caminhos que percorremos serão destruídos, as nossas casas tornam-se outros cantos, outras casas. A sociedade trata de nos retirar a nossa identidade a nossa individualidade é esquecida, porque simplesmente já não existimos. Mas ficam sempre as memórias, os amigos que nos relembram, fica o que é de mais importante, a nossa passagem pelo mundo e o nosso toque nas pessoas que conhecemos, que nos fazem viver eternamente, que nos relembram e nos fazem viver aqui mais algum tempo, até que tudo tenha um fim.
Ela foi a mulher que cuidou de mim quando a minha mãe ficava a trabalhar, deu-me comida, brincou comigo e passeou comigo, aturou as minhas birras também. Nunca a esquecerei, para ti Vicência, serás sempre relembrada na minha vida, não sei onde estás mas também não questiono. Só espero que tenhas tido a paz e a alegria que tanto me descrevias nas tuas cartas nos meus aniversários.

Guilherme Filipe Ribeiro

sexta-feira, agosto 25, 2006

Oito de Janeiro



Não sei já, as palavras que te quero dar, o papel que os teus dedos tocam são a sombra da minha adormecida presença. È na presença então deste momento que deixo estas palavras que são a minha voz, a tinta do meu aparo a minha alma que se despoja junto aos teus olhos, para que fiques mais tempo perto de mim.
Escrevo-te esta carta no desespero deste sentimento que jamais saberei defini-lo, talvez porque ao defini-lo estaria simplesmente a limitá-lo. Contudo todo ele não tem limites.
As palavras vão tentando explicar o que sinto, mas espero que o vento não as leve na sua invisibilidade fugaz. Os meus olhos iluminam-se com a presença da tua imagem no meu pensamento, o meu coração treme só de pensar que jamais te verei.
Amo-te na mais pura das palavras, ou o que elas poderão significar no mais incondicional dos sentimentos. Amo-te contudo as palavras dizem muito, mas não dizem tudo. Quando as nossas vidas chegarem ao final muitos dos nossos sonhos e desejos já se terão cumprido, mas nunca o sabor de viver acompanhado com a tua presença, se vai realizar enquanto a minha alma estiver longe da tua.
Jamais esperarei o final da eternidade para sonhar com um beijo teu, sou mortal dos mortais, carne da carne e morrerei um dia, jamais sou o que quero ser. Espero então um dia aconchegar-me nos teus braços de anjo, esse anjo que me levará à imortalidade pela glória.
À noite, no meu momento de maior solidão penso em ti e numa estrada que me leve até ti. Sorrindo parto então para outro lugar tendo completa segurança de que por toda a minha vida, te vou ter no meu coração e sempre te vou amar.


Com amor

sexta-feira, agosto 04, 2006

Caro Nietzsche,


Não poderia deixar de elogiá-lo como filósofo, além do mais li quase todos os livros que escreveu, não obstante discordo com algumas ideias que se debruçou em vida, considero até uma grande perda de tempo, não só na sua vida mas também para mim como leitor.
Confesso que “O caso de Wagner” me influenciou na forma como selecciono a música, digamos que reaprendi a fazer escolhas, nunca tinha ouvido “Bizet” e “Carmen” deixa-me extasiado.
Dou-lhe completa razão, Wagner de facto tinha um estilo muito “decadent” diria mesmo o terror da sua época. Contudo “Tannhauser” deixa-me também um sabor algo intenso, aqueles primeiros acordes mexem comigo também… Deve ter sido difícil abandonar essa amizade, será que os dois navios não se cruzaram na eternidade das estrelas? será que conseguiu mesmo destruir esse ídolo?
Vou tratar-te por tu se não te importares, considerando-te um grande filósofo, aquela história do “Anticristo” parece-me uma revolta constante contra ti proprio. Parece-me claramente que não aceitas o facto de algo superior parecer controlar-te, na minha opinião achei o teu egocentrismo doentio.
Toda essa teoria do super-homem etc. Já o teu combate contra o Cristianismo é compreensível, até porque os argumentos que apresentas são claramente óbvios, e provavelmente a mensagem que Jesus quis dar naquela época transformou-se completamente em algo muito diferente que hoje em dia se chama Igreja ou Cristianismo.
Muitos te consideram um filósofo racista e anti-democrático, nesse aspecto tenho de condenar-te… racista é talvez das manifestações humanas que mais condeno, racismo deveria ser condenado ao ostracismo.
Para além desse combate que tens contra a moral, podia divagar sobre a moral mas vou deixar esse assunto para uma outra carta.
A música, essa entrou mesmo em decadência, como tu o previste, tenho a certeza de que mais tarde a tecnologia a destruiu de uma forma abominável.
Não sou contra a evolução tecnológica, mas sim contra o retardamento do espírito humano provocado por esta evolução, na minha opinião a tecnologia neste aspecto faz um atraso significativo na alma, aprisionando-a ao mundo material.
Bom despeço-me na esperança de voltar a ter tempo para te escrever.

Cordialmente
Guilherme Ribeiro